sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"O tempo não pára!"

"O tempo caminha depressa.
O tempo não te espera.
Segue sem se importar se você o acompanha ou não.
O tempo não pára.
Quando a vida te golpeia, ele segue sem saber
 se você tem forças para continuar a lutar.
Quando a felicidade te faz visita, ele também passa,
 por ironia acelera até os passos, mas não te espera.
Você tem sempre que correr para segui-lo.
E quando, por fim, você da o último suspiro,
fecha os olhos e seu coração deixa de pulsar,
 ele não chora tua partida,
simplesmente continua a seguir junto com uma multidão.
O tepo não espera por ninguém.
O tempo não pára!"

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

I miss you

"Quando o recordar te rasga o peito, te seca a boca e mareja os olhos, é porque a Saudade se faz presente ali. Ela queima como chama, arde teu ser, te aperta o coração, te aprisiona nas memórias.
Saudade tanta que mesmo tentando sufoca-la ou esconde-la, ela explode.Saudade que não cala, que não passa, que cresce a cada dia. E o que mais dói é saber que é impossível ouvir de novo a voz mansa como se as palavras saissem deslizando da garganta e flutuassem até meus ouvidos, não posso mais olhar para aqueles olhos sempre calmos, não posso chegar na noite de sábado te encontrar sentado na velha cadeira azul na calçada, apressar meus passos, pedir a bença e dar lhe um beijo na testa. Isso eu não posso mais fazer.E isso é o que mais aflinge meu coração.Só te encontro em sonhos e recordações...e assim, tudo parece tão difícil. Ausência enorme que sinto...como eu queria mais algumas longas horas ao seu lado...mas infelizomente isso não é possível. Saudade de você vô.Saudade muita de você..."

"A gente conta o tempo quando se ama"

         Quando a gente ama conta o tempo para começar a viver esse Amor, conta para encontrar com aqueles olhos brilhantes que te despertam uma alegria sem fim, conta para chegar a noite e sonhar com momentos lindos, conta para ser acolhido em um abraço, conta para ouvir a voz que soa como música ao seu ouvido, conta para ter coragem de contar que ama.
         As estações mudam e a gente continua a contar cada momento feliz, conta para que chegue o fim da briga, conta para fazer as pazes...o tempo junto a gente conta devagar, reconta e torna a contar sem cansar, na ilusão que dure mais.
         Quando a gente ama contamos segredos, contamos promessas, contamos planos, contamos problemas, contamos desesperadamente os segundos para correr pro colo apenas para chorar. Contamos com palavras, olhares, sorrisos, gestos, lágrimas e até com o silêncio é possível contar.
         Então, quando o Amor parte porta a fora, contamos as lembranças, e às vezes, contamos  o tempo para recomeçar.O fato é que de um jeito ou de outro, a gente nunca deixa de contar.

P.S: Texto inspirado no texto: Silêncio no apartamento, do livro: Vivendo em voz alta, do Miguel Falabella

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"Gosto dos detalhes, dos retoques, do concerto, do embaraço, do esquerdo, da exceção, dos jeitos, dos gestos, do estranho, dos incredulos, do corrente,
do passado, do presente, do profeta, do sábio, do porteiro, das flores, do canto, da brisa, do amarelo, da lua..gostos dos acasos, dos contratempos,
 das incertezas, do desafio, do problema, da chuva, do atalho, da recompensa, do desafinado, do alheio, do robusto, do relógio, do corriqueiro...
Gosto da mudança, do casulo, da borboleta, do voar, do cair, do correr, do atraso, das surpresas, do inconstante, do inexato, do errado, do teimoso, do quebrado...
Gosto da moldura, do retrato, do retalho, do espelho, do guarda-chuva, do porta jóias, da mesinha de cabeçeira, da janela...
Gosto do começo, do acréscimo, das críticas, dos defeitos,da hiperbóle, do constrangido, dos loucos, dos esteriotipos, da primavera, da máquina de costura, da bicicleta,
 do antigo, do moderno, da contradição, do antagônico, do pseudo, do covarde, das reticências...
Gosto do amigo, do patrão, do vizinho, do esquecido,do olhar, do perdido, das tentativas, do palhaço, do atleta, do pintor, do artista, do poeta,
 do clássico,do improvável, dos muros, das pontes, das estradas..."

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Doce Primavera


"Sorriu com aquele sorriso leve, timído, meia boca, sem graça, tão rápido que meus olhos quase não puderam captar aquele instante sublime, que desfez-se como em um piscar de cílios.
Então, começei a guardar esses instantes na minha mente, como quem recolhe pétalas para montar uma flor. E quando percebi, já havia cultivado um jardim inteiro.Jardim de sonhos, ilusões e fantasias.
Eu gostava desse jardim.
Ficava andando entre as flores, recordando o significado de cada pétala.Gostava em particular dos perfumes.Eram muitos os aromas...e a medida que as fragâncias iam enchendo meus pulmões, eu revivia cada instante tal como aconteceu.
E um sorriso largo e bobo, costumava a estampar meu rosto nessa hora.
     Outras vezes, no entanto, gostava apenas de olhar pela janela, como quem observa uma pintura, ou melhor, como quem olha um álbum de fotografia, e a cada nova foto , você se perde mais nos labirintos da memória.
Talvez, cada pétala sozinha não tivesse tamanha beleza como me recordo, porém, as flores eram indiscutivelmente lindas."

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Aquarela

"Acho que estou assim nesses tempos, meio múltipla, de todas as cores, de vários jeitos, de todas as formas, um pouco de tudo, a extravagância do mundo, quebrando regras, ultrapassando limites, recriando, revivendo, sentindo um turbilhão de sensações ao mesmo tempo, mudando de opinião em frações de segundos, reavaliando prioridades, fazendos alguns novos planos, criando novos sonhos, reaprendendo mais de mim. Agora eu sou valsa e salsa, flor e borboleta, a junção dos antagônicos, a favor dos loucos, aproveitando as novidades.Vivendo...vivendo o começo de cada segundo e esperando pelo próximo. Pensando no passado como lembranças boas, mas não querendo retornar ao ponto que eu estava no segundo atrás. Sem correntes, sem conserto, os dizeres são levados pelo vento e não voltam. As palavras percorrem caminhos e alcançam as almas...Sou poema, romance, e talvez uma epopeia inteira. Mas não sou conto de fadas. Sou o antes, o depois, o agora, o talvez. Antes de nada, sou tudo. E em resumo...sou Aquarela."

Só nós dois


          "Apareceu sutilmente em um dia nublado, acho que entrou pela janela porque não ouvi sua chegada, apenas senti o seu perfume.Então veio caminhando em minha direção, com aquele olhar de menino que muito me encanta e com um sorriso largo no rosto.
           Aproximou-se, acolheu-me em seus braços em um demorado abraço e fiquei ali a ouvir seu coração. Os segundos passavam vagarosamente e o tempo perdia toda a importância, assim como as outras coisas também tiveram sua importância minimizadas. Ali, no silêncio, só o que importava era nós dois.
           Devagarzinho, nossos corpos foram se soltando e pude encarar aqueles olhos.Conversamos tudo sem pronunciar uma palavra.Os sorrisos, os olhares, os carinhos, nos eram suficientes.
           Contemplamos em um instante todo o significado da vida, compartilhamos a felicidade nascida do improvável. Não buscamos respostas ou tão pouco fizemos questionamentos. Vivemos os detalhes do incerto."

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Quem será?

Se eu correr, quem estará lá de braços abertos prontos para me acolher em um longo abraço? Se chover, quem vai tá brincando na chuva comigo, bagunçando meu cabelo, e sorrindo das minhas maluquiçes?
Se eu arrumar meu jardim, quem vai ser a borbleta para visitar minhas flores?
Se eu cantar, quem vai me acompanhar no violão?
Se eu decidir caminhar a noite, quem vai caminhar de mãos dadas comigo, observando as estrelas e apreciando a lua?
Se eu me calar, quem vai compartilhar meu silêncio?
Se eu chorar, quem vai devolver meu sorriso?
Se eu decidir mudar, recriar, reinventar, quem embarca na minha loucura?
Se para tão longe for eu não souber voltar, quem irá me resgatar?
Há alguém?
Quem será?

"Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.(...)"
             
 (Clarice Lispector)


Há momentos na vida que você sente tanto a falta de alguém que você é capaz de recriar o mundo, só para sonharem juntos. Há momentos que certo ou errado você quer o incerto, o improvavél. Há momentos que você quer simplesmente algo a mais.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Carmélia

Último piscar de cílios, até adormecer para o sono profundo e eterno. Já algum tempo, deixara de ser como era antes, mas ainda tinha o mesmo olhar doce, o mesmo sorriso amigo que fazia com que os problemas fossem nada mais do que pequenos pedregulhos no meio do caminho.
Último suspiro, antes da vida partir do seu fragilizado corpo.
A convivência era pouca, e as conversas talvez foram apenas uma ou duas palavras, seguidas de um largo sorriso e um prolongado silêncio, que era a síntese de tudo o mais que pudessemos ousar um dia em dizer. Talvez não demonstrei tanto carinho, ou ao menos admiração, porém, hoje, depois de sua partida, sinto que a admirava. Meus olhos não estam marejados, mas em mim, algo me faz falta, algo me entristeceu...
Não importa o tão pouco tempo que compartilhamos...
Quando a morte chega, sempre deixa-nos reflexivos sobre a vida.
Então, descansa em paz tia e que ao lado de Cristo, continue a cuidar de nós...


P.S:  =/