quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ando tentando

Tô tentando mudar,
tentando aceitar,
tentando admitir,
tentando reinventar,
tentando crer em outras coisas,
tentando achar outros caminhos,
tentando acertar o passo, t
entando retomar velhos hábitos,
tentando me desfazer da velharia acumulada.
 
Tô tentando encontrar algo verdadeiramente novo,
tentando advinhar as respostas, 
tentando fazer previsões.
Tô tentando deixar as opiniões de lado,
tentando deixar os problemas de cantos,
tentando ignorar os deslizes,
tentando até conceder 1h a mais de conversa
mesmo o papo estando chato e eu sem paciência.
 
Tô tentando não fazer muito retoque,
tentando ouvir outras canções,
tentando aprender a gostar do que desgosto,
tentando mirar na Lua.
Tô tentando repensar a minha imagem,
tentando perder menos tempo com tolice,
tentando reencontrar os amigos,
tentando juntar os cacos espalhados ao longo do caminho, 
tentando investir nos meus sonhos.
 
Tô tentando olhar mais o por do sol e não os edificios,
tentando escutar os pássaros e não as buzinhas,
tentando encontrar um lugar calmo em meio a esse turbilhão.
 
Ando tentando.
Tentando principalmente continuar a tentar.
Tentando acreditar que amanhã pode ser um dia de surpresa.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Entre lágrimas e sorrisos

Essa data sempre me deixa meio lá e meio cá. Como pode meu coração resplandecer de felicidade e se afogar em tristeza ao mesmo tempo? A saudade é infinita e o amor imenso, ainda mais quando são dois amores, diferentes amores, como pode tudo caber em um só coração? Talvez por isso machuque tanto.
Hoje vou sorrir ou chorar? Acho que vou fazer as duas coisas. Como dói a partida, como dói à separação ao passo de como é doce o encontro, como é forte o laço. Inexplicável essa dor que é tamanha, que às vezes fica quieta e outras vezes arranha o meu ser, uma dor que sufoca, porque não há nada pior do que a saudade de alguém que já não se pode mais ter por perto. E quando lembro os dias que se passaram vagos, penso que eu deveria ter passado mais tempo junto, deveria ter ficado mais presente, deveria ter feito tantas coisas, mas agora de verdade não posso mais.
Fecho os olhos e tudo o que mais quero é compartilhar um novo momento, ouvir a voz outra vez, mas não posso. Não posso visitar, ligar só para saber como foi o dia, almoçar dia de domingo. Tudo isso tem que ficar na lembrança porque não tem mais como acontecer. Eu queria mais uma vez poder ver o rosto, abraçar bem forte e dizer: Eu Te amo Mãe Marizete! Eu Te amo pra sempre!
E por baixo desse lençol de tristeza, aparece minha felicidade sorrindo. Aqueles olhos que me entendem e me compreendem tão bem. Olhos que me encaram e transmitem paz de um jeito único.
Queria verdadeiramente apenas sorrir hoje, mas muitas vezes não consigo. Vou depois me esconder em um abraço e ouvir o coração dizendo o quanto me quer bem, e nesse instante sim, a dor se desvencilha de mim. Porque não há dor que permaneça depois de um abraço, depois desse abraço.

Bom mesmo seria seguir


E
 quando a gente para um tempo para respirar percebe que o que menos se quer é o ar. Quer perfume, um cheiro em particular, às vezes quer mesmo até fumaça, mas ar? Não não, ar é muito para se desejar. E a cabeça vai ficando pesada, tudo ao redor rodopiando sem parar, e você tenta se concentrar em algo, tenta apanhar um único pensamento, mas não demora e ele escapole da mão. A mente fica vazia. Ou melhor, você queria que sua mente fosse uma folha em branco, queria que seu coração parasse de tanto querer, mas não importa o que se quer, a cabeça está cheia, totalmente preenchida e o coração? Esse já não se sabe se está cheio ou vazio. E fica vago, passa o tempo e você ainda ali, esperando alguma resposta de uma pergunta que na verdade você nem mesmo sabe qual é, ou se sabe, não tem coragem de pronunciar em voz alta, talvez assim não se torne real.
Ah como queria uma cabeça oca, um deserto, sei lá. Um chão seco incapaz de brotar qualquer tipo de ideia. Mesmo exausta ainda se quer lutar. Mas por quê? Persistir seria tão mais doloroso, mas desistir parece tão igualmente ruim. Por que não seguir? Seria bom, andar sem olhar para os lados, um passo de cada vez, dando tempo pro coração se acalmar e a cabeça descansar. Sim, seria muito bom parar. Mas bom mesmo seria seguir. Mas como pode seguir com tanta bagagem? Abre a mala e tira tudo de dentro dali, não se precisa de mais nada. Escolha só uma ou das lembranças para os dias de solidão, o resto, deixe misturar com a areia, deixa o vento levar para longe. Talvez assim fique mais fácil voltar a andar.              

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

What is necessary in Life?

        "Na vida é preciso coragem, é preciso força e mais, é preciso técnica, é preciso sonho e porque não dizer é preciso fé. para acreditar que tudo é possível antes mesmo de saber o que verdadeiramente se quer; Sonhos, para desejar e ousar querer alcançar até o 'inatingível'; Técnica, para aperfeiçoar as estratégias que vão ajudar a chegar onde se quer; Força para lutar e continuar lutando mesmo que o vento sopre contra, porque às vezes , é mesmo preciso nadar contra a correnteza; Coragem até para desistir de um sonho, porque alguns sonhos de tão grande explodem e outros tão miúdos que não vingam."

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Lua apaixonada pelo príncipe

Sem coroa e ainda assim um príncipe. Um verdadeiro príncipe com coração nobre e alma iluminada de amor. É fascinante olhar aqueles olhos grandes e cheios de ternura, que ficam ainda mais brilhantes quando sorrir.
Sinto-me tão lisonjeada por ter me apaixonado por alguém tão especial assim. Alguém com mil qualidades, observador, com altas doses de sinceridade e ironia, as duas na mesma proporção. Sinto-me orgulhosa por meu coração ter escolhido alguém tão sábio e ao mesmo tempo tão inocente, para amar. Um lord, com pontualidade de um inglês, e uma alma tão doce e clara, que reflete a luz e ilumina todos os caminhos por onde passa. Feliz daqueles que tem a sorte de conhecer o coração tão generoso e adorável desse menino.
Quando surge entre nós algum tipo de discussão, fico perdida em névoa. Porque se me conecto ao paraíso ao abraçá-lo, não fazê-lo me remete ao pior dos martírios. Contudo, ainda bem que temos mais primaveras do que dias chuvosos, e é assim que quero permanecer por um prolongar de dias. E que venham mais noites estreladas, mais dias esplendorosos, mais lindas horas juntos.
  

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Despertar de um sonho

"Só não quero descobrir que tudo foi apenas um sonho,
que o caminho correto era aquele que não decidi pegar,
que a hora certa era aquela que deixei passar.

Não.
Não quero descobrir que não há mais tempo,
que já não posso me desculpar
e nem escolher outra opção.

Seria tão triste descobrir que o que foi construido
tinha peso de pena e tudo o vento levou.
Seria triste confundir chuva com lágrimas
e deixar de admirar as cores do arco-íris.
Seria triste perceber que nada é real."

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Infinitamente amor

Infinitamente amo.
Com todas as energias e forças existentes no meu coração desdobro-me em ternura, carinho e graça, e tudo que segue é simplesmente amor.
Intensamente amo.
Sem conhecer qualquer limite para esse amor, sem guardá-lo em nenhum recipiente ou aprisioná-lo, nem mesmo no meu coração.
Incessantemente amo.
Um amor por vários dias, além das nuvens, um amor que não se vai, ou quando vai, ele volta, porque perto de mim é o seu lugar.  E assim a vida segue.
Não rápida, não calma, não quieta.
Interminavelmente amo.
E mais que isso, amo além. Amo muito além do que se pode chamar de amor.
E todas essas doses que me embriagam a alma, que pesam minha mente e que encharcam meu ser, tudo isso é amor. As lembranças passageiras, as lembranças esquecidas, as lembranças memoráveis, tudo o que já se passou, todos os dias frágeis, todos os sorrisos mil, tudo que está por vir, e tudo que se acabou, tudo, exatamente tudo é amor.
Cada novo olhar, cada novo amanhecer, cada novo despertar, me faz perceber que esse amor não para de crescer. E como dizes: “Você me ver em tudo que lê, vai acabar me amando pra sempre.”
Então, entrego-me ao meu destino e que vivamos com doçura esse amor. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Medo de chuva forte?? Não mais :)

Sabe quando eu perdi o medo de chuva forte??
               Quando percebi que os trovões nada mais são do que altas gargalhadas diferentes, o relâmpago é o brilho dos olhos de quem sorrir e a chuva é aquela lágrima que se forma no cantinho do olho quando a gente sorrir muito.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Um pouco do meu passado

Acordei afogada em nostalgia, respirando o passado e na boca o gosto da infância. Como era bom aquele tempo em que os problemas simplesmente não existiam, e para tudo havia uma solução tão fácil, tão óbvia.
Não tinha amigos na rua, passava o tempo entre casa e escola, mas nunca fui sozinha. Tenho uma irmã. Apesar das brigas tolas e, é claro, inevitáveis, daquela idade, a gente brincava muito juntas e sempre nos protegemos, cuidamos uma da outra, até quando não precisava de nenhum cuidado. Na verdade éramos nós e mais uma prima, que vinha aqui para casa todos os dias. Um tipo de irmã postiça.
Brincávamos de bola, de boneca. Boneca era a maior parte das vezes, pelo que eu me lembro. Passávamos a manhã toda montando as nossas “casinhas”, era uma graça. Podíamos passar o dia inteiro assim. Esses eram dias muito bons. Dias de verão, em que o sol é tão quente, que até a brisa, que vinha de vez em quando , batia quente no rosto, lembrando vapor de chaleira.
Nos finais de semanas e nas férias, a união era maior. Todos os primos iam para a casa da avó. O que antes era só nós três, passava a ser oito. Desse jeito, tudo parecia com mais cor. Juntos nem víamos o dia passar. Alguns dias de julho, eu ficava só com uma prima tagarelando e com umas brincadeiras estranhamente loucas que a gente inventava, em cima do pé de goiaba. Claro que também durante muito tempo desses dias aproveitávamos para comer muita goiaba. E como a gente sempre dizia não é Vi: “Ah se esse pé falasse!”. Quantos sonhos foram depositados naqueles galhos, quanta conversa sobre tudo, sobre todos aquelas folhas tiveram que ouvir. Uma boa parte de nós duas está entranhada naquele pé.
Lembro também dos nossos clubinhos: tinha um que montamos na dispensa da casa da avó, era estreito e ficava ainda menor, por causa das coisas e porque éramos muitos para aquele local. Era um pouco abafado, não lembro de nenhuma abertura fora a porta para que entrasse um pouco de ar, mesmo assim adorávamos ficar ali; tinha um também com a importância menor que era aqui em casa, fazíamos algumas festinhas, festa junina, festa de carnaval, esse tipo de coisa. Depois os “clubes” mudaram de sentido, fazíamos festas para nós, acho que todo sábado a gente ia para a sala da casa da Ru e ficávamos dançando, inventando passos, imitando cantores. Tinha também as festas na garagem. Quem não lembra delas né? Essas tinham mais cara de festas mesmo e não aconteciam com tanta frequência. Passávamos a tarde arrumando o local, chamávamos uns amigos e tava pronta a festa. Eram muito legais, ou pelo menos é essa a sensação que eu ainda tenho quando lembro delas, e uma onda de felicidade se cria em mim.
Voltando anos antes, lembro também de uma piscina, que montávamos aqui em casa nos finais de semana. Só os primos vinham, é claro, e era uma felicidade para todos nós. Lembro também de andar de bicicleta no campinho, de uma gincana entre vizinhos que não nos deu a vitória mas nos deu lembranças muito engraçadas daquele dia, lembro do vôlei na calçada em pleno meio dia, com o sol a pino no céu.
A vida se estendia um pouco além da família. Na escola fiz algumas amizades que sei que vou ter comigo sempre, pessoas que eu posso dizer que conheço a vida toda, como costumamos falar: “É um casamento”, devido aos muitos anos juntos. E amigos que apesar de não fazer tantos anos assim, também são muito importantes. Amizades verdadeiras que vão duram e se prolongar muito além de nós mesmos.
Na infância também foi quando comecei esse meu vicio: escrever. Desde cedo tomei gosto pelas palavras. No inicio, as palavras dos outros, depois de um tempo, as minhas próprias palavras. A leitura também me acompanha a várias estações.
Apesar do colorido bonito na maior parte das lembranças, claro que houve alguns dias de chuva, algumas manchas no papel, mas essas é melhor conservá-las em silêncio. Assim a dor que já não dói, se mantém presa ao que já passou, como poeira.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Amor amor amor

Hoje deicidi voar!

De noite quando a solidão se ajeita na cama para dormir comigo, procuro teu cheiro no travesseiro e me atrevo a lembrar de nós dois. As lembranças pertubam minha mente, roubam-me o sono.
Vasculho em cada canto um pouco de ti e encontro você só em mim, porque cada canto de mim é um pedaço seu e entristeço-me de saber, que antes eu também era cada canto de ti, e agora só um ponto, em um canto qualquer, perdido entre milhares, empilhado embaixo do pó escondido embaixo do tapete. Aquele tipo de poeira que a gente não joga para economizar tempo mas que para diante dos olhos dos outros o lugar parecer limpo. E é bem assim que eu me sinto.
Não um monte de poeira, mas um grão desse pó. 
Espalho-me na cama para ocupar todos os espaços que antes com nós dois não existia, e me dou conta como essa cama é grande, ou só agora me dei conta da solidão, que me abate, esmaga meu espírito, e me corrompe, aos poucos, sem deixar marcas, sem criar cicatrizes, de um jeito doloroso e perverso, me vira do avesso e me destrói.
Mas por que colocar nas mãos do outro algo tão valioso que é o comando da minha vida?   Choro por lembrar das tolices e sonhos perdidos, e afogada em lágrimas, entre soluços aparece um singelo sorriso, agora sim, purificada, agora sim livre.
Quebro a casca, saiu do casulo, agora nada mais me prende, agora posso voar.
E se é para eu ocupar um canto, que seja todos os cantos de mim. Não quero ocupar lugares provisórios, não quero mais abrir mão do que é meu. Sabes o que é meu e sempre será independente de quem queira me acompanhar? Pois te digo, o que é meu, simplesmente sou Eu e nada mais consta, nada mais importa. Sigo firme pela estrada afora. Hoje decidi voar.

domingo, 15 de julho de 2012

Ela, Fera traiçoeira

"Protegida pela insensatez, arremessava as palavras sem lapidar, feria alguns com o olhar, tinha um jeito tosco, de fera selvagem, uma mescla de flor e espinho. 
Atraia os olhares por onde passava, e andava sem olhar para trás.
Vivia no bailar da vida, entre traços, sem respostas, e procurava andar sozinha.
A solidão parecia ser sua única companheira,
apesar que as pessoas lhe causavam um certo interesse. 
Aos gritos e empurrões ia entalhando na vida o seu jeito.
Não digo que era errada, mas tinha uma estranheza nata.
Ela nunca soube ser normal, acho até que nunca tentará.
A tal normalidade lhe causava repulsa.
Destoava de tudo, parecia não acatar nenhuma regra, desconhecia limites, parecia um objeto comprado por acaso, e posto no lugar errado.
Parecia que sua luz reluzia por uma fresta,
e mesmo quando era agradável,
colocava nas conversas uma boa dose de ironia e sarcasmo.
Escondia por detrás daqueles grandes olhos negros, uma alma em tons de cinza.
Os olhos faiscavam mentira, tinha um jeito engenhoso de enganar.
Fera traiçoeira."

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Estação de robôs

Onze horas e antes do portão se fechar é preciso dizer umas tantas palavras. O coração miúdo, palpitando sem parar, acelerado, descontrolado, no desconpasso que me deixa zonza. Lágrimas quentes percorrem meu rosto como o olho d'água de um rio. Procuro em todas as partes sem saber por onde começar, e de certa forma, sem saber o que procurar. Afundo-me em lembranças.
Há algum tempo essa estação era meu lugar preferido. Gostava de vir aqui sozinha, sentar no banco e ficar olhando o vai e vem de pessoas.Certas horas a estação fervilhava como um imenso formigueiro, as pessoas transitavam rápidas sem nem ao menos me notar, sem prestar atenção em qualquer outra coisa, é como se estivessem sempre atrasadas. Algumas vezes eu escolhia uma entre tantas e ficava a imaginar suas hisórias, reparava rápido nos seus modos, mas os gestos quase sempre eram meio que iguais. Era como se não se tratasse mais de pessoas, era uma multidão de robôs, que iam e vinham, pareciam caminhar até para uma mesma direção. Todas mecânicamente olhavam para os seus relógios em alguns momentos, e eu pensava, por que correr e não caminhar? Qual o motivo de toda essa pressa? Assim eu perdia muitas horas.
Tinha dias porém, que a estação ficava bem vaga. Se ainda fossem humanos eu diria que parecia que todos estavam de férias, mas não tinham mais a espontaneidade da alma humana, então, era mais como se os robôs estivessem para o conserto, em manutenção. Claro que esse pensamento não demorava muito, não tinha tempo, rápido era diluído e desfeito no ar. Quando os portões se abriam as "pessoas" topavam e atropelavam os pensamentos. Sempre vinham em bandos, e não faziam menção a nada. Surdos para o mundo, escutavam apenas o que os fones gritavam no seus ouvidos. Mudos, completamente mudos, pelo menos parar falar com as pessoas ao seu lado e loucos, porque alguns passavam rápidos, falando sozinhos e gesticulando para o vento. Será que os rôbos têm amigos invisiveis? Pelo menos eram invisiveis aos meus olhos. Estranho é que cada um tinha um amigo que trazia consigo e todos tinham o mesmo nome, apesar de diferentes no sobrenome. O nome comum era Celular.
Depois eu voltava parar casa, os olhos cansados por terem visto 'um filme em câmera rápida', mas feliz. Chegava e mesmo antes de tomar um banho ou pegar algo para comer, sentava na velha escrivaninha e rabiscava um papel. Descrevia alguns rostos, contava uma ou outra cena pouco convencional. Engana-se quem acha que em uma estação não pode existir surpresas. Foram diversos as despedidas que assisti, os reencontros cheios de saudade, ouvi diversas sorrisos, alguns olhares que mesmo rápidos dava para ver se estavam tristes ou felizes, topei com muitos sonhos, alguns amontoados em uma mala, outros embrulhados para presentes, outros pendiam da sacola, alguns tantos ficavam na mente. Um ou outro as vezes se sentava ao meu lado e contava um pouco da sua história, e quantas histórias escutei ali naquele banco.
Contudo, como eu falava no início, isso tudo foi a algum tempo atrás. Agora perdi um pouco do entusiasmo daqueles dias. Talvez eu tenha me tornado um daqueles robôs que eu comentei. Caminho agora pela estação apressada, sem notar o que me cerca, surda para o mundo, escutando apenas o que os fones gritam no meu ouvido, e conversando outras vezes com o meu amigo Celular. Agora o olho d'água virou cachoeira por saber que o bom tempo passou. Talvez essa seja a última expressão de espontaneidade da alma humana, talvez eu tenha mesmo virado um robô.

Doce Fascínio

"De todos os encantos, de todos os bordados
o mistério é o que mais me fascina.
Não o mistéro que acompanha o silêncio,
ou o que se desdobra pelo vento em uma noite triste de verão,
mas o mistério que cada um traz consigo.

Decifrar o que há por trás do olhar,
notar os detalhes submersos na alma,
penetrar até o íntimo,
afundando-se no que há de mais profundo,
sem julgar a superfície.

Um mistério que o ser humano traz na bagagem,
bailando pelo ar a esperança,
contemplando com doçura o que segue a frente e
o que deixou para trás.
O mistério que há por trás da palavra Viver."

terça-feira, 12 de junho de 2012

Construindo a nossa história

"Em um momento, suspenso no tempo,
a descoberta no esplendor do encontro casual, nasceu nosso amor.
Devagar vamos construindo a nossa história,
procurando a melhor forma de se encaixar nos braços um do outro,
preenchendo todos os espaços,
desenhando as curvas do nosso relacionamento,
sem nós ou escadas, estrada limpa de sentimentos.
O tempo em boa companhia passa desconfiado e depressa, mesmo a gente querendo mais calma para aproveitar os instantes juntos.
Quanto melhor o conheço, mais profundas são as raízes no meu coração.
 Suas ideias, gestos e jeito que me deixam tonta embriagada de tanto amor.
É como se tivéssemos em nossas mãos a felicidade do mundo inteiro.
Até quem não nos conhece pode perceber que o Amor paira sobre nós e transborda. Felicidade alheia chama a atenção.
E é tão bom chamar a atenção por isso.
Bom não é ter alguém para amar,
é amar aquela pessoa que te faz tão feliz e que te ama também.
Simplesmente sentir sem buscar um porque ou uma resposta,
Pois razão foge quando o coração comanda a situação.
Razão dança e cai pela janela quando o amor é o maestro das batidas do coração."



Felis Dia dos Namorados!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Curica

Leve, pequena
Trazia no bico o canto do Amor.
Vinha de longe, voava baixo,
Se aproximava aos poucos.
O vento batia suave nas penas.
Pousou.

Da janela o príncipe olhava,
A doce curica bibicar a pêra.
Tão linda era, que o tempo parava para apreciar sua beleza,
Mesmo devendo passar.

O menino com alma de passarinho,
Contemplava admirado
A curica fazendo o seu ninho.

O céu enchia-se de cores:
Azul, roxo, vermelho e laranja.
O sol recolheu-se atrás da montanha.
A curica foi descansar.

No ninho ainda cantou
Uma melodia de amor.
A lua já grande no céu.
Com uma pena caída da doce curica, o principezinho escreveu:
‘Linda curica, minha estrela a brilhar
Adormece tranqüila nessa noite de encantos,
Quando o sol te acordar amanhã cedinho
Canta para mim a tua linda canção?
És minha curica e eu sou teu menino.
Nada mais posso declarar.

Recolhe-se no ninho minha doce curica,
Preenche de amor meu solitário coração,
Envolva-me nas suas asas, faça-me voar,
Mas só amanhã cedinho quando o sol despontar,
Por essa noite, peço-te apenas uma singela lembrança
Guarda para mim um sonho bom?’

terça-feira, 5 de junho de 2012

Sentimento além...


Aconchego no calor dos teus braços quando me abraça, carinho que desliza pelos teus dedos enrolando meus cachos, felicidade pairando no ar. Cheiro que me embriaga, o olhar que me fascina, o poeta que me encanta, as palavras que me conquistam.
Digo por tão pouco dizer coisas certas.
Hoje aproveito que as palavras saem de mim sincronizadas, estão bailando procurando uma direção. Palavras que saem como passos de dança no vento sendo sopradas ao pé do ouvido entoando um canto bonito.
 Aproveito o instante em que as palavras não fazem paradas e vão se arrumando uma a uma em minha mente e caindo no papel em uma ordem sincera. Digo como se andasse cambaleando, evitando alguns becos, poupando algumas palavras, tentando conter, fazer reservas, tentando “esconder” o que aflora e mostra-se intensamente a cada novo amanhecer. Digo ainda tímida por não saber dizer com exatidão tudo, por não saber escolher palavras sábias, falando apenas como o meu coração tagarelo e nada manso gosta de dizer.  Às vezes dizer “Eu Te Amo” é tão pouco que não expressa todo o meu real sentimento.
O que eu sinto é algo além. Além de palavras, além de gestos, além de idéias, além de reflexos, além do que eu consigo demonstrar. É tão além que quase não cabe em mim e por isso às vezes transborda.
Lá fora, a escuridão se debruça à porta, mas da janela vejo apenas a luz do luar.
Nada de ruim cabe perto de nós, nada de ruim cabe entre nós.
Pela fresta da porta entra os raios de sol.
Até quem não conhece pode perceber que quando a gente está perto um do outro a gente muda, fico tola e vira bobo, retrato de casal feliz. Até quem não me conhece escuta meu coração gritar ao te ver. Afinal até o nosso silêncio é barulhento o q dirá o nosso amor. Então canto, eu escrevo, me declaro, me exponho, deixo meu coração ser o autor.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Onde está a felicidade?

Felicidade pode está em qualquer coisa.
Um balanço, um peão, um rabisco, um papagaio,
Uma vitrola, uma janela, um arco-íris, um eclipse,
Um cometa, uma estrela cadente, uma escada,
Um origami, um riacho, uma estrada de terra.
Felicidade não se compra com nenhum tostão.

Felicidade é uma questão de escolha.
É olhar parar o sol e agradecer a luz e não reclamar pelo calor,
É apreciar a rosa sem falar mal dos espinhos,
É levar a vida leve, com graça, com risos.

Não lamentar as horas que passaram,
Mas sorrir pelo o que os ponteiros marcam no momento.
Felicidade não é esperar pelo amanhã,
Sonhar com o futuro,
Pensar no depois.
Ser feliz é sorrir agora,
Viver o hoje,
Apreciar a simplicidade das coisas.

Felicidade é brincar com bolhas de sabão, banhar na chuva, contar histórias,
Fazer cafuné, balançar-se na rede, cantar no chuveiro, conversar com os amigos,
Assistir filme abraçado com quem se ama, ler um bom livro, escutar música no carro, sonhar.

Felicidade pode está em qualquer lugar.
Uma praça, uma rua, uma sala de cinema,
Atravessando a ponte, virando a esquina, fazendo o retorno.
Felicidade está logo ali adiante. Não precisa procurar.

Felicidade cabe em todo canto.
Felicidade percorre todo ponto.
Felicidade é carona da Esperança,
É fonte que jorra sem parar,
É rio que deságua no mar,
É pena, é pele, é pelo, é arco-íris.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Garota aos 20


Não sei com exatidão quais eram meus planos quando eu tinha 15 anos para quando eu chegasse aos 20, no entanto, hoje minha realidade se desdobra em tantos instantes felizes, tantas conquistas, que eu só tenho a agradecer por ter sido agraciada pela vida como o que há de melhor. Meus amigos, meu amor, minha família, meus alicerces perfeitos de uma realidade gratificante.
Como falei não me lembro dos meus planos antigos, mas com certeza a garota de 15 se orgulharia dessa garota de 20. Nem todos os sonhos foram realizados, e algumas vezes eu tive que mudar de direção pra construir outro caminho. Não ouso dizer que todas minhas escolhas foram corretas ou que todas foram bem pensadas, mas em todas às vezes eu procurei dar o meu melhor.
 Então, de certa forma, posso dizer que valeu a pena exatamente tudo o que eu fiz, do jeito que eu fiz e na hora que eu fiz. Olho para trás e percebo que as falhas inevitáveis foram na verdade necessárias, assim como as perdas que até hoje me fazem chorar. Não digo que aceito ou que pelo menos entendo tudo o que perdi e/ou tudo o que deixei de ganhar, só que com o tempo aprendi a agradecer por tudo, por acreditar que é o todo que nos trouxe onde estamos.
Por fim, espero que a mulher dos 40 ao lembrar-se dessa garota de 20 sinta uma saudade boa e uma admiração bonita, e que tenha a certeza de que a de 20 se orgulharia da mulher que se tornou.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Gélido Coração

Prometi não mais chorar pelos mesmos motivos, mas aqui estou com a maquiagem borrada, o rosto coberto de lágrimas e mais uma vez pensando no porquê. Queria acreditar que as fantasias são as mesmas e o encanto infinito, mas não sei se posso acreditar nisso nesse momento, em que teu coração gela e as palavras saem tão frias da tua boca que congelam também o meu ser. O que houve? Em que ponto teu coração começou a gelar que eu não percebi?
Se choro é porque esse frio me magoa e de verdade, não consigo mostrar uma pseudofelicidade. É isso mesmo, não estou bem. Estou quase em cacos. E pensar que ontem o dia foi tão magnífico, mas como fogo de artifício, acabou depois do brilho. O colorido dissolvido no ar. As palavras ficam girando na minha cabeça e não chego a nenhuma conclusão.
Pode ser exagero ou pode ser que eu esteja distorcendo os fatos, mas na minha visão tudo é nevoa. Tenho medo de está perto de um precipício e não saber. Cair sem notar na imensidão de um buraco sem fim. Isso é possível? Pode ser mesmo que eu esteja na beirada de um grutião? Avise-me para que eu possa me afastar ou aproxime-se para não me deixar cair.
Tento me ater em faíscas de esperanças. Tento acreditar que a poeira irritou os meus olhos. Poeira sim, porque foi assim que tudo começou, pelo menos pra mim. Soprei a poeira e acabei vendo mais do que gostaria. Não procurar, não procurar, caminhar sem olhar para os lados, sem olhar para trás talvez esse seja um bom conselho. Vou esperar acumular poeira novamente, mas por favor não deixe que ela nos engane.
Espero que não tarde para esse coração gélido voltar a pulsar de maneira certa.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Grandes Amigos



                Francamente posso dizer que na vida encontrei alguns amigos. Posso mesmo dizer que, de alguns fiquei grande amiga por toda a vida. Seja pelo tempo corrido, afazeres mil ou uma certa distância, raros são os encontros com alguns deles. Porém, engana-se quem acha que eu os abandonei. Todos permanecem no meu coração.
                Quando as reuniões acontecem, o tempo que passamos longe perde toda a importância. É como se continuássemos sempre ligados, e creio que, na verdade, continuamos. As maravilhosas conversas, as risadas francas, alegres, as brincadeiras, piadas e besteiras mostram que o tempo, para a gente, não passou. A amizade permanece.
                Dói lembrar que algumas amizades o tempo me levou. De alguns sinto falta, outros alimento as recordações e uns poucos, envergonho-me em dizer, não me lembro mais. Contudo refiro-me não as amizades passageiras, que vem a galope e acabam no final do ano, não falo dos amigos momentâneos que mudam com a estação. Sinto-me honrada de ter fincado raiz em algumas vidas e trazer algumas no meu coração. Esses sim, são os que denomino AMIGOS.
                De verdade, poucos são os amigos que enfrentam uma tempestade ao seu lado, que vira o mundo de cabeça pra baixo se for preciso, que não apenas te faz elogios mas faz os mais duros comentários que só quem tem intimidade consegue fazer, aconselha e briga, te protege e cuida de ti. Por isso agradeço cada grande AMIGO que tenho na vida. O meu amor por todos é incondicional e infinito. Amizades para mais de uma vida.

Retalhos do Passado

Guardo lembranças nítidas de fatos muito antigos.
Guardo em mim todas as “velharias” necessárias de uma vida, e algumas desnecessárias também. Forma em mim um amontoado de momentos. Passado e presente entrelaçados, amarrados em nós.
Ando pelo mundo colecionando paisagens, observando cores, analisando os rostos pelo meio do caminho. Gravando na memória tudo com muito carinho, e assim, monto meu acervo de lembranças.
Quantas lembranças mais, minha memória conserva.
As vozes, às vezes tão vivas, os sorrisos, os abraços apertados, um “olá”, que quando sonho volto a reviver tudo de uma só vez. Todos os toques, os aromas, sensações, preenchendo todo o meu ser de saudade, deixando marejados meus olhos, apertando meu coraçãozinho.
Agrego ainda os sentimentos vividos, os amores, sonhos de infância, realizados e os que eu quero realizar,os medos, as lágrimas, as perdas.Tudo cabe em mim. Tudo ocupa seu devido lugar.
Vou juntando os trapos, costurando os farrapos e formando minha colcha de retalhos do passado. Deixo um ou outro ponto solto na esperança de um dia poder jogar fora esses pedaços ou costurar por cima algo de maior valor. Contudo, o passado é uma sombra, por mais que se mude de posição ele sempre estará ali, a lhe acompanhar; mesmo que se desbote, cale ou se esconda, ele sempre volta a soprar em algum momento.

Conselhos à Morena

“Sim, Morena acredite felicidade é o que de melhor existe e te espera logo ali.
Acredite no contemplar da vida, na beleza dos sonhos,
na grandeza e no poder do sorriso.
Nessa jornada da vida, não se deve correr atrás das folhas secas levadas pelo vendo,
não há tempo pra desperdiçar com coisas miúdas.
De preferência elas devem ser destruídas no ar.
Saudade é como passarinho livre a voar
Que de vez em quando teima em pousar em território conquistado.
Cuidado! Saudade muitas vezes é traiçoeira.
Boas lembranças aquecem o coração, mas a dor também te mantém viva.
Um coração costurado é sábio e as cicatrizes trazidas na vida são ótimas conselheiras.
Pela estrada é melhor que se leve apenas o necessário na bagagem, então retira as pedras.
Não fuja da chuva, de vez em quando, é preciso deixar a água encharcar a mente,
afogando algumas memórias.
É preciso soprar a poeira para o belo se revelar.
Acredite Morena o seu príncipe está a caminho,
Todos os ogros que te machucaram foram derrotados,
Teu coração retalhado, entregue a ele, confia Morena, de ti ele vai cuidar.”

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O Príncipe Invisível, o Dragão e o Cavaleiro

    Alguns séculos atrás, em uma antiga civilização, havia o Rei do Silêncio que como o título sugere nunca pronunciou uma única palavra em toda a sua vida, não por alguma deficiência na fala ou coisa qualquer, mas porque não tinha nada a dizer, as palavras não serviam para traduzir sua visão de mundo. Se comunicava através de códigos numéricos, poucos o entendiam e menos ainda eram os que o compreendiam verdadeiramente.
    Ele tinha um filho muito gentil com coração bondoso, era o Príncipe Invisível.Quando ele completou 20 anos, o Rei fez uma icógnita e destinou que o filho cumprisse a missão. Foi assim, então, que o príncipe começou sua jornada.
    O príncipe deveria ajudar as pessoas a cumprirem seu destino, evitava que elas sentissem algumas dores e dessa forma as coisas se encaixavam de maneira correta. Para lhe ajudar em sua difícil jornada, o velho Mago do reino deu-lhe uma espada: a Espada Mágica da Verdade, para que ela abrisse seu caminho, auxiliando ele a vencer as interferências imprevistas.
    Certa vez, porém, por descuido ou fraqueza, o príncipe acabou tendo sua espada capturada pelo Dragão, um inimigo de alma negra que aparecia para emaralhar os destinos alheios, causando confusão. Era preciso derrotá-lo para que a paz voltasse a reinar.
    Eis que surge um homem disposto a todo custo a acabar com o caos, destruindo o Dragão. Era um homem simples, corajoso, que aesar de falar muito, entendia, mesmo sem compreender com exatidão, a mensagem dos números. Estava disposto a dedicar sua vida a correr atrás do que os números lhe indicavam. Foi assim que o seu caminho cruzou com o do jovem príncipe.
   O príncipe e seu aliado, começaram a procurar a espada seguindo seus instintos. O homem foi então atraido pelo Dragão. Quando os três se encontraram, travaram uma grande luta. A espada surgui estre as cinzas, por trás das pedras da caverna. Enquano o Dragão atacava o príncipe, o homem recuperou a espada e deu o golpe final no inimigo.
   Com a paz reestabelecida e os destinos podendo se realizar livremente, o príncipe elegeu o homem como: o Cavaleiro Invisível, e od dois seguiram juntos para cumprir as mensagens designadas pelo Rei do Silêncio.



P.S: Conto baseado no seriado Touch

domingo, 1 de abril de 2012

Ainda bem - Marisa Monte ♫ ♫

Ainda bemQue agora encontrei vocêEu realmente não seiO que eu fiz pra merecerVocê
Porque ninguémDava nada por mim
Quem dava eu não tava a fimAté desacrediteiDe mim
O meu coraçãoJá estava acostumadoCom a solidão quem diriaQue ao meu lado você iria ficar
Você veio pra ficarVocê que me faz felizVocê que me faz cantarAssim
O meu coração já estava aposentadoSem nenhuma ilusãoTinha sido maltratadoTudo se transformou
Agora você chegouVocê que me faz felizVocê que me faz cantarAssim
Ainda bem
Nanananana Nanananaanana...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Solidão da alma

"Tristes daqueles que não tem a quem amar.
Estão enclausurados, com o coração sem luz e sem ter por quem pulsar.
Olhos de vidro, pálidos, opacos, foscos. Olhos mortos sem esperança.
Triste vácuo do coração.
Irremediável solidão da alma.

E assim padeci os tolos que não reconhecem o esplendor do Amor."

Um brinde as mulheres

"Dai as paixões todo o ardor que puderdes, aos prazeres mil vezes mais intensidade, aos sentidos a máxima energia e convertei o mundo em paraíso, mas tirai dele a mulher, e o mundo será um ermo melancólico, os deleites serão apenas o prelúdio do tédio."

(Eurico, o presbítero - Alexandre Herculano)

Aliança

"Ora és o fogo da paixão que arde, aflora e sufoca os sentidos,
Ora és a calmaria de um amor seguro que nos embala.

Por mais que o sofrimento me castigue,
e de joelhos eu caia, meu amor não será rendido.
Se mil vezes eu te perderes, outras mil te terei de volta.

Lágrimas podem despencar dos meus olhos,
e a distância nos afastar por algum tempo
por mais que a gente corra em direções contrárias
no fim seguiremos de mãos dadas.

O Amor é a única aliança resistente ao fogo e ao frio."

Lição aos homens

"Que saibam chorar e entender suas inglórias
para que saibam desfrutar suas futuras vitórias!"

terça-feira, 6 de março de 2012

Sorte a nossa amor!

Entre tantos amores,                                            Entre tantos planos,
Entre tantos casos,                                                Entre tantos sonhos,
Entre tantos rumores,                                           Entre tantos traços,
Nosso acaso.                                                           Nossos laços.

Entre tantas portas,                                              Entre tantas chances,
Entre tantas saídas,                                               Entre tantas apostas,
Entre tantas voltas,                                               Entre tantas respostas,
Nosso encontro.                                                    Nossa aliança.

Entre tantos caminhos,                                        Entre tantos ontens,
Entre tantos atalhos,                                            Entre tantos amanhãs,
Nosso destino.                                                       Nosso agora.

                                           Sorte a nossa amor!
                                           
                                           Entre tantos,
                                           Entre todos,
Nós dois.
Nosso amor.

                                                    Sorte a nossa!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Tsuru: a lenda

Vasculhando por ai um pouco sobre o significado dos origamis, encontrei a lenda maravilhosa do Tsuru que no Japão, é essa cegonha de origami (dobradura). Ela tem um significado muito especial, quem a recebe de presente, recebe junto com ela um desejo profundo de "mil felicidades, vida longa e gratidão"A foto são dos meus tsurus que ganhei e guardo com um carinho especial. Sem mais delongas, deixo que apreciem essa linda lenda. E um beijo especial ao meu querido que me presenteia com origamis!


"Certo dia, num tempo muito antigo, um pescador andando pela floresta, encontrou uma cegonha agonizando, quase à morte. Ele recolheu-a, tratou dela e salvou-lhe a vida. Em seguida soltou-a de novo para que fosse livre e seguisse seu caminho.
Depois de um tempo deste acontecimento, apareceu uma linda moça para falar com o pescador e ofereceu-lhe um presente muito belo: um tecido feito com pena de cegonha, tecido muito puro e raro. A própria moça disse tê-lo feito, fio a fio, para entregar ao pescador. Mas, assim que entregou-lhe o presente, a moça disse:
_Não poderei dar-lhe outro igual.
(e não explicou o porquê).
O pescador ganancioso, vendeu esse tecido por um preço bem alto, e de novo pediu à moça que fizesse outro tecido para ele. Ela, meio assustada e preocupada, não recusou-se, mas voltou a dizer-lhe amavelmente:
_Esse é o último, realmente não poderei fazer-lhe outro tecido.
O pescador recebeu o segundo tecido e notou que a moça estava muito abatida. Mas procedeu da mesma forma: o vendeu e pediu mais outro à moça, que resignadamente, atendeu-o, já bem abatida, enfatizando que não mais poderia fazer o tecido.
O pescador ficou desconfiado daquela moça, seu semblante cansado, seu trabalho era feito a noite...então resolveu segui-la. Espiou pela fresta da janela, e viu uma cegonha tirando suas últimas penas para tecer o tecido. Era a cegonha que ele havia salvo a vida um dia, e estava morrendo novamente. Quando o pescador aproximou-se a cegonha virou rapidamente a moça, mas já sem forças ela não conseguiu permanecer na forma humana, olhou docemente e cheia de gratidão para o pescador e caiu no chão, uma cegonha totalmente sem penas, ofertando o tecido feito de seu próprio corpo. Ela oferecera sua vida para agradecer aquele que um dia a salvara.
Porém, certo de que esse verdadeiro espírito de gratidão nunca poderia morrer, e também como forma de ser perdoado, o pescador passou a fazer a cegonha (tsuru) em origami e ofertar em todo Japão, desejando que as pessoas compreendessem e praticassem essa gratidão em suas vidas e, assim, tivessem vida longa e mil felicidades."

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Clandestina

      A primeira vista foi estranho olhar um lugar tão familiar e no entanto não reconheçer nada familiar nele. De verdade, tudo aquilo me feria os olhos de tal modo que as lágrimas pareciam não brotarem dos meus olhos, mas sim da minha própria alma. Senti-me estrangeira com entrada clandestina em terras (des)conhecidas.
      Impossível não comparar com o passado.Impossível não recordar. As lembranças, todas elas até as empoeiradas e amarrotadas pelo tempo, preencheram minha mente e esmagavam qualquer ideia ou pensamento que eu poderia ter naquele instante. Não conseguia me concentrar em nada além da saudade que sentia maltratando todo meu ser.
      Os novos quadros, novos móveis eram como se alguém tripudiasse sobre a minha dor que a essa altura já era tão presente que se tornava física. Dor de cabeça.Meu coração batia por bater como um relógio que funciona por funcionar, sem emoção, sem a felicidade da verdadeira pulsação.
      Tentei esbanjar um sorriso cordial que se desfez em segundos sem durar o bastante para alguém notar que ele esteve ali. A tristeza transparece em mim como algo refletido nas águas claras de um rio. Anseio por um abraço, um consolo e ainda busco nos cantos algum vestígio de familiaridade, contudo é uma busca em vão. Tudo novo. Continuo clandestina.
      Não há mais o aconchego onde antes era minha segunda casa, não há tanta intimidade para livres passos por todos os cômodos, até a luz parece ser refletida de maneira diferente. Uma sensação estranha percorria todo meu corpo, assustava meu ser.
      Estrangeira na terra que me criei. Quanta estranheza isso me causou. Não suportava mais minha alma tão sufocada ali. Precisava de ar. Precisava sair dali. Sai, então, a francesa e parti de volta a minha pátria sem ao menos olhar uma última vez. Afinal, clandestinos não se despedem.

Materialização da Felicidade

Andava distraida como quem anda com uma ideia na cabeça ou talvez um grande sonho. Andava sem prestar atenção nas cores, sem ouvir direito os sons.Tudo simplesmente ia passando.
Os passos eram curtos, as vezes rápidos e em todas as vezes seguros.
A chuva molhava o rosto misturando-se com algumas lágrimas, enxarcava os pensamentos e no meio disso tudo, devagar aparecia um leve sorriso. A esperança banhava a alma que fazia brilhar os olhos e era o motivo já de altas gargalhadas.
Ia andando pela rua, cantando na chuva, achando graça até da própria sombra.Materialização da felicidade.
Agora, sentada na calçada,a chuva acabada, mas ela inteiramente molhada com os cachos ainda pingando, a menina despertada dentro da mulher, não resiste pega uma folha sobrevivente a água faz um barquinho e deixa ele navegar em uma poça.
O céu está tão lindo nesse momento, a lua parece contar segredos as estrelas. É nese cenário mágico que a menina se despede do barquinho e volta a andar distraida como quem anda com uma grande ideia na cabeça ou talvez um grande sonho, carregando nos lábios um largo sorriso.



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Triste Recado

  As palavras foram lançadas sobre mim logo de manhã cedo. Primeiro caíram pelos meus ombros e depois deslizaram até meu colo. Todo meu ser estremeceu. Algo em mim, ficou tão perplexo que fiquei imóvel.
  As palavras seguintes passaram por mim quase como brisa, não me detive a quase nenhuma. Fiquei tentando recordar do recado, mas acho que a brisa foi suave demais eu não me atentei a todos os detalhes. Anos atrás, essa imobilidade já me atingiu, era pela mesma razão, só que uma situação diferente.
  O recado da morte sempre faz o meu espírito congelar, e nos últimos tempos esse arrepio que sobe a espinha está aparecendo mais vezes. Seguindo a lógica do meu padrinho: todos temos que desocupar para dar lugar aos que estão por vir, se for assim, creio que os nascimentos têm se multiplicado, porque as mortes não param nunca.
  E de algum modo, toda essa melancolia fúnebre combina com o céu um pouco cinza. O céu hoje acordou condizente com a cerimônia. Talvez seja um preparo para as almas subirem.
  Desculpe por estas palavras tão negras, mas é que o frio ainda está congelando todo meu ser e a única coisa que consigo deixar fluir naturalmente são as palavras, que vão aflorando e jorrando de mim, se desprendendo da cabeça e se debatendo sobre a folha de papel.
  Espero que logo o dia claro torne a aparecer nesse cenário, não suporto mais tantas lágrimas do céu, tanto sofrimento a me rodear. Por fim, quero que o consolo venha depressa aos corações despedaçados que ficaram habitando ainda por aqui.