quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Gagueira Escrita

Ontem no meio de um bate papo levantaram um assunto que de fato percebi o quanto me incomodava mas que até então eu não dava muita atenção. Há quem chame de "Uso exagerado de #" eu prefiro simplesmente "Gagueira Escrita". Por que chamo assim? As pessoas parecem que desaprenderam a construir frases escritas. Antes eu até entendia as abreviações por exemplo, quando se manda uma mensagem, acho que todo mundo anda sem tempo que quanto menos caracteres você digitar mais coisas você pode falar dentro de 1 segundo. E assim o Você se tornou VC, o beijo virou BJ, mensagem tornou-se MSG e por ai vai tantas outras palavras engolidas. Agora o "legal" é que não basta resumir, você TEM que colocar # entre as palavras. Não sei se ele roubou o lugar da vírgula ou mesmo do espaço, sei que hoje tenho até dificuldade de entender algumas legendas, principalmente em fotos. O que era uma frase, se tornou "Noite#amigosdeinfância#muitolegal#adorei ou Calor#praia#sol#família#férias#viagem(ou o nome do lugar) ou Niver#parabéns#party"
é uma sequência que pra mim não tem muita sequência e meio pro fim eu decido que ali na verdade é só um amontoado de palavras. Imagino que quando a pessoa pensou em escrever uma frase ela recortou as folhas de um jornal e jogou pra cima algumas palavras, as que caíram ela escreveu. Mas ai lembro que recortar palavras dá trabalho e foi por isso que apareceu tanto #.
Sou contra #? Não. Só que esse uso exacerbado e sem controle é uma pobreza. Alguns podem até achar legal e eu até concordo, só que de vez em quando é bom formar frases com espaço entre palavras, vírgulas e toda pontuação necessária.
Não sou  uma crítica de linguagem, nem tenho idade para ser doutora da língua Portuguesa ou coisa do tipo, também tenho meus dias de vícios de linguagem e nos dias tensos, palavrões rasgam minha garganta como ocorre com todo mundo. Entretanto escrita requer tempo e esse sempre é um tempo bem gasto.
Agora vocês podem colocar Nãoconcordo#besteira#exagero#Hyane#nadaaver#nãosemete#cuidadasuavida
Porque também tem isso, pode até concordar com o que eu digo, mas perder a chance de esculachar alguém não pode.
Mais um detalhe que não posso nunca deixar de comentar, esse texto é uma crítica ao uso exagerado do # como mencionei anteriormente, e gagueira em nada tem similaridade com a gagueira na fala. Não é um ato de preconceito, desrespeito ou algo do gênero contra os gagos. Gagueira aqui refere-se a pausa entre as palavras que nesse caso foi engolida por tanta #.

#Boanoite

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Lágrimas de anjo

"Uma gota de chuva cai no meu rosto. Uma estrela ainda brilha no céu. 
Daqui o céu parece uma imensidão azul escuro, como se escondesse mistérios e disfarces. 
Mais uma gota me molha o rosto, mas a chuva não parece está a caminho. 
Acho que não é chuva, deve ser lágrimas de um anjo. 
Afinal, se todo mundo chora, por que um anjo não pode chorar?
Sento-me no chão e ao lado uma flor sorri para mim. 
Acomodo cuidadosamente a pequena florzinha na mão e  com um sorriso tranquilo mostro ela ao céu. Desconfio que o pequeno anjo deixou de choramingar,
 pois depois da flor, nenhuma gota mais do céu caiu."

domingo, 24 de agosto de 2014

Um cafuné quentinho, por favor!

"Se eu ainda tomasse café, agora um bem quentinho seria bem vindo. 
Aquecer um pouco a alma, deixar quente o céu da boca, esquentar talvez o coração. 
Como uma xícara já não é pertinente a mim, talvez um cafuné o mesmo bem faria. 
Ah um cafuné... daqueles que os dedos enrolam nos cachos, a mão desliza na cabeça com cuidado como se falasse: pode dormir que eu tô aqui, eu te protejo.
Ah sim, um cafuné ao invés de café. Essa é uma troca justa."

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Calmaria sem fim

Às vezes a vida dá um cochilo e a gente descansa, ou pelo menos é isso que parece. As coisas andam mais lentas, os pensamentos frouxos, poucos, as palavras cambaleiam e a escrita não sai do rascunho. As coisas ficam tão calmas que a gente até se acostuma a não mais prestar atenção, a não correr e até esperar as oportunidades pularem pela janela e virem saltitando até nós. Vai dizer que nunca ficou assim? Perdida em nuvem de fumaça, deixando a janela embaçar, os móveis juntarem pó e o cd repetir pela oitava vez as mesmas músicas, que na verdade você nem gosta tanto mas também não quer se levantar da cadeira só para trocá-lo, afinal a música nem mesmo importa, é só pra quebrar o silêncio que há tempos se instalou na casa. Que marasmo!
Se pudesse dormiria e acordaria em 20 de setembro de 2018. Por que essa data? Até eu me pergunto. Foi um chute, dá menos trabalho chutar, do que procurar uma data com algum significado e mais trabalho dá, achar uma explicação bem elaborada de porque foi ela e não três dias antes ou depois. 
Mas o tempo não passa assim, até ele tem preguiça de correr. Enquanto ele não corre vou me acostumando a ver passar os dias, acompanhando o pôr do sol, o colorir do céu, o transitar das pessoas... 
Deixa as coisas no lugar, mais tarde me levanto e talvez, digo talvez, eu troque o cd.

domingo, 25 de maio de 2014

Viagem pra Lua

Nós dois sentados na Lua, admirando aquele pontinho azul agora tão longe, 
tendo toda a imensidão somente para nós, imersos apenas em sonho e em paz. 
Estamos em outro plano, longe das buzinas e do turbilhão de gente, 
o único som perceptível é a batida dos nossos corações. 
Confesso que ficar assim é tão bom.
Mas sinto saudade do meu vaso de flor na janela, de olhar o sol baixinho, 
se pondo e pintando o céu de laranja. 
Sinto falta do canto do pássaro, na verdade sinto falta de música, esqueci meu violão.
Acho que vou voltar e arrumar direito a mala.
Acho que vou voltar e avisar que parti.
Por enquanto vou me dando férias,
por enquanto vou só ficando quietinha nesse abraço,
por enquanto vou só me cobrir de nuvem e aproveitar a vizinhança das estrelas.