domingo, 24 de agosto de 2014

Um cafuné quentinho, por favor!

"Se eu ainda tomasse café, agora um bem quentinho seria bem vindo. 
Aquecer um pouco a alma, deixar quente o céu da boca, esquentar talvez o coração. 
Como uma xícara já não é pertinente a mim, talvez um cafuné o mesmo bem faria. 
Ah um cafuné... daqueles que os dedos enrolam nos cachos, a mão desliza na cabeça com cuidado como se falasse: pode dormir que eu tô aqui, eu te protejo.
Ah sim, um cafuné ao invés de café. Essa é uma troca justa."

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Calmaria sem fim

Às vezes a vida dá um cochilo e a gente descansa, ou pelo menos é isso que parece. As coisas andam mais lentas, os pensamentos frouxos, poucos, as palavras cambaleiam e a escrita não sai do rascunho. As coisas ficam tão calmas que a gente até se acostuma a não mais prestar atenção, a não correr e até esperar as oportunidades pularem pela janela e virem saltitando até nós. Vai dizer que nunca ficou assim? Perdida em nuvem de fumaça, deixando a janela embaçar, os móveis juntarem pó e o cd repetir pela oitava vez as mesmas músicas, que na verdade você nem gosta tanto mas também não quer se levantar da cadeira só para trocá-lo, afinal a música nem mesmo importa, é só pra quebrar o silêncio que há tempos se instalou na casa. Que marasmo!
Se pudesse dormiria e acordaria em 20 de setembro de 2018. Por que essa data? Até eu me pergunto. Foi um chute, dá menos trabalho chutar, do que procurar uma data com algum significado e mais trabalho dá, achar uma explicação bem elaborada de porque foi ela e não três dias antes ou depois. 
Mas o tempo não passa assim, até ele tem preguiça de correr. Enquanto ele não corre vou me acostumando a ver passar os dias, acompanhando o pôr do sol, o colorir do céu, o transitar das pessoas... 
Deixa as coisas no lugar, mais tarde me levanto e talvez, digo talvez, eu troque o cd.