"Protegida pela insensatez, arremessava as palavras sem lapidar, feria alguns com o olhar, tinha um jeito tosco, de fera selvagem, uma mescla de flor e espinho.
Atraia os olhares por onde passava, e andava sem olhar para trás.
Vivia no bailar da vida, entre traços, sem respostas, e procurava andar sozinha.
A solidão parecia ser sua única companheira,
apesar que as pessoas lhe causavam um certo interesse.
Aos gritos e empurrões ia entalhando na vida o seu jeito.
Não digo que era errada, mas tinha uma estranheza nata.
Ela nunca soube ser normal, acho até que nunca tentará.
A tal normalidade lhe causava repulsa.
Destoava de tudo, parecia não acatar nenhuma regra, desconhecia limites, parecia um objeto comprado por acaso, e posto no lugar errado.
Parecia que sua luz reluzia por uma fresta,
e mesmo quando era agradável,
colocava nas conversas uma boa dose de ironia e sarcasmo.
Escondia por detrás daqueles grandes olhos negros, uma alma em tons de cinza.
Os olhos faiscavam mentira, tinha um jeito engenhoso de enganar.
Fera traiçoeira."
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