quinta-feira, 12 de setembro de 2013

“Viver é se apegar”.



E não tem jeito, a gente vai colecionando um monte de quinquilharias que só pra nós mesmos tem o maior valor do mundo. Guarda aquela blusa que já de tão velha o tecido ficou mais macio. Guarda os óculos da 
primeira viagem que você fez só com as amigas. Guarda a farda do último ano de colégio assinada por todo mundo. Guardam os bilhetes, etiqueta, livros, cd’s que de tão ralados já nem tocam mais, mas continuam guardados, só pra ler na capa o nome daquela música que sempre foi tão linda e sempre foi o retrato da sua vida aos 13 anos de idade. E coisas muito menores vão ganhando valor. Guarda o guardanapo com um número de telefone e o ticket do cinema, só pra lembrar como foi bom o primeiro encontro. Guarda fotos, bichinhos de pelúcia, agenda antiga com os seus primeiros rascunhos. E há muito mais coisas a se guardar. Guarda-se pessoas, lugares, cheiro, guarda-se quase uma vida inteira. 
E por que não guardar?
 
As caixas vão se empilhando até ganharem um quarto só delas. Chamaria até de quarto das recordações, porque o mundo todo cabe ali ou pelo menos boa parte dele, boa parte do mundo que pelo qual já caminhei, boa parte das paisagens que já vi, boa parte dos amigos que encontrei, boa parte dos sonhos antigos, boa parte dos meus ontens e do meu agora. Tudo exatamente ali, pronto para receber mais um bocado dos meus queridos “trecos”, mais um bocado de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário