Prometi não mais chorar pelos mesmos motivos, mas aqui estou com a maquiagem borrada, o rosto coberto de lágrimas e mais uma vez pensando no porquê. Queria acreditar que as fantasias são as mesmas e o encanto infinito, mas não sei se posso acreditar nisso nesse momento, em que teu coração gela e as palavras saem tão frias da tua boca que congelam também o meu ser. O que houve? Em que ponto teu coração começou a gelar que eu não percebi?
Se choro é porque esse frio me magoa e de verdade, não consigo mostrar uma pseudofelicidade. É isso mesmo, não estou bem. Estou quase em cacos. E pensar que ontem o dia foi tão magnífico, mas como fogo de artifício, acabou depois do brilho. O colorido dissolvido no ar. As palavras ficam girando na minha cabeça e não chego a nenhuma conclusão.
Pode ser exagero ou pode ser que eu esteja distorcendo os fatos, mas na minha visão tudo é nevoa. Tenho medo de está perto de um precipício e não saber. Cair sem notar na imensidão de um buraco sem fim. Isso é possível? Pode ser mesmo que eu esteja na beirada de um grutião? Avise-me para que eu possa me afastar ou aproxime-se para não me deixar cair.
Tento me ater em faíscas de esperanças. Tento acreditar que a poeira irritou os meus olhos. Poeira sim, porque foi assim que tudo começou, pelo menos pra mim. Soprei a poeira e acabei vendo mais do que gostaria. Não procurar, não procurar, caminhar sem olhar para os lados, sem olhar para trás talvez esse seja um bom conselho. Vou esperar acumular poeira novamente, mas por favor não deixe que ela nos engane.
Espero que não tarde para esse coração gélido voltar a pulsar de maneira certa.
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