Florbela Espanca
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
P.S: Nenhum grande amor assim declaro, e nenhum tão grande amor trago guardado no peito, no entanto, esse poema se fez tão profundo que foi impossível me manter indiferente diante de tamanha beleza. Ter uma inspiração assim, é de fato rara, mas um sentimento tão avassalador como este, realmente fica difícil calar. Então, só me resta fazer essa publicação para que todos apreciem um pouco mais de perto a delicadeza do Amor! Espero que gostem!
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